Saturday, April 01, 2006

Apple completa 30 anos de inovação

Fonte: IDG NOW

A Apple chega aos 30 anos de idade longe de poder ser chamada de “balzaquiana”.

Nascida no Vale do Silício, Califórnia, a empresa comemora a data neste sábado (01/04) em plena forma e revitalizada pela energia de um dos mais brilhantes e polêmicos homens da tecnologia: Steve Jobs, que com Steve Wozniak, largou a Atari para fundar a Apple.

Em menos de 30 anos, a Apple deixou de ser uma empresa de garagem para se transformar em símbolo do império norte-americano. Ela é hoje uma marca tão forte quanto Coca-Cola, Ford ou até mesmo a rival Microsoft.

Nas últimas décadas, boa parte das inovações do setor de computação saiu da sede da empresa na cidade de Cupertino. A Apple ajudou a criar o mercado de computadores pessoais e de música online para além de quaisquer fronteiras.

Cronologia
Em 1º de abril de 1976, dois amigos chamados Steve - Jobs e Wozniak - largaram seus empregos na Atari e na HP, respectivamente, e montaram o primeiro equipamento da empresa: uma placa de componentes com processamento de 1 MHz e memória de 8 Kb. O dispositivo, chamado de Apple I, foi posto a venda pelo sugestivo preço de 666,66 dólares.

O nome da empresa, reza a lenda, foi escolhido pela admiração de Jobs pelos Beatles, que haviam debandado para suas carreiras solo seis anos antes. O tributo de Jobs renderia problemas legais para a Apple Computer a partir dos anos 90, quando sua participação no mercado, com seu logo da maçã mordida, começou a incomodar a Apple Corp., dos Beatles, e seu logo com a maçã inteira.

Um ano depois, em abril de 1977, surgia o Apple II. O sucesso do equipamento ficou longe, porém, do micro que o sucedeu. O Macintosh 128k, apresentado em 1984, que trouxe todas as características que consagram a Apple até hoje: um design arrojado e recursos inovadores e fáceis de serem utilizados.

O Macintosh, denominação de uma espécie de maçã, praticamente forjou a computação doméstica. Até então, os computadores pessoais estavam restritos às empresas. O micro da Apple tinha monitor, drive de armazenamento (então, um novíssimo disquete), mouse e um sistema operacional com interfaces gráficas.

Jobs anunciou a novidade em pleno intervalo do SuperBowl - a final do campeonato de futebol norte-americano - em um comercial dirigido pelo cineasta Ridley Scott.

Mesmo com o sucesso repentino, nenhum dos dois Steves se manteve na Apple até 1985, ano em que Jobs foi demitido pelo conselho da empresa, capitaneado por John Sculley. Wozniak tinha abandonado a Apple quatro anos antes por ter sofrido um acidente de avião.

Inovação e lucro
Inovação e design são duas estradas que levam ao mesmo destino no caso da Apple: o de abrir mercados. Foi assim com o computador. É assim com a música digital.

Ainda que o mercado multimídia já contasse com fabricantes estabelecidos de MP3 player, como a iRiver e a Creative, foi a Apple que começou a convencer usuários, em 2001, de que o uso de aparelhos que tocavam músicas digitais em vez de CDs não estava tão longe da realidade.

O sucesso do iPod, que começou com uma versão de 5 GB e hoje se estende por sete modelos em três diferentes linhas, foi responsável não apenas pela série de clones e pela poderosa indústria de acessórios que surgiram, mas também pavimentou o sucesso financeiro e tecnológico que a Apple experimenta atualmente.

Em 2005, a empresa atingiu faturamento de 13,93 bilhões de dólares, crescimento de 68% sobre os 8,29 bilhões de dólares registrados em 2004. O lucro da companhia foi ainda mais alto e cresceu 384% entre ambos os anos, chegando a 1,33 bilhão de dólares.

O cenário financeiro paradisíaco foi atingido após a volta triunfal do co-fundador para a empresa, em 1997. Sua retomada da Apple foi decisiva para o sucesso da companhia, que experimentou resultados amargos e pesados cortes de custos na primeira metade da década de 90.

Comandada por executivos sem o carisma de Jobs, a Apple alternava trimestres de prejuízos e lucros na primeira metade dos anos 90. A competição com a Microsoft – que ganhava cada vez mais adeptos com o Windows – mostrou-se um erro estratégico. E as vendas do Macintosh, o principal produto da empresa, começaram a cair.

Em 1996, Michael Spindler deu lugar a Gil Amadio como presidente da Apple. A mudança surtiu pouco efeito. Amadio pretendia dividir a empresa em sete divisões, chegou a esboçar uma estratégia para licenciar o Macintosh para outros fabricantes e transformou a Apple em uma empresa de nicho, longe das massas.

Foi com a volta da Jobs que a maré começou a virar, de novo, para a Apple. O executivo apostou em uma estratégia ousada: a transformação do computador doméstico em um eletrodoméstico com o iMac. No ano seguinte, foi lançado o iBook, versão portátil do iMac. Já 2001, foram lançados o Mac OS X e o iPod. Mais recentemente, em junho de 2005, foi a vez da parceria com a Intel.

Entretenimento digital
Quando o número de downloads ilegais de música estava no auge e a indústria fonográfica dos EUA começa sua longa disputa nos tribunais contra serviços e usuários, Jobs anunciou a loja de música online iTunes Music Store, em 2003.

Em sua inauguração, a loja virtual contava com canções das gravadoras EMI, Warner, Sony e BMG, além de dezenas de selos alternativos. O serviço, com sua cobrança padronizada de 99 centavos de dólar por música e venda de canções exclusivas, emplacou entre os usuários online a ponto de atingir o número de um bilhão de músicas vendidas em menos de dois anos de vida. Desde outubro, comercializa também vídeos.

O futuro do entretenimento moderno também passou, no começo de 2006, pelos domínios da Apple. A Disney, antes imbatível, pagou 7,4 bilhões de dólares pela Pixar, empresa de animação comandada por Jobs, responsável pela popularização da animação digital no cinema.

Além de dois Oscars, a Pixar ainda ostenta a melhor bilheteria por um desenho da história: “Procurando Nemo”, de 2003, lucrou nada menos que 864 milhões de dólares em todo o mundo.

Design
A influência da Apple no mercado conta com outra forte influência. O design dos aparelhos da companhia, criados pelo time capitaneado por Jonhatan Ive, é uma unanimidade e facilmente reconhecido. Pesquisadores de design afirmam que até mesmo programas de TV e equipamentos domésticos se inspiraram nas curvas sutis e no visual com cores fortes e efeitos de transparência introduzidos pela primeira linha iMac.

É notável também a aposta da empresa em formatos estranhos à computação pessoal, como o PowerMac Cube, na forma de um quadrado com oito centímetros de lado, ou o segundo iMac, camuflado sob o formato de uma luminária.

Em 2005, a Apple foi responsável pela venda de 4% dos computadores mundiais, segundo dados da consultoria de tecnologia IDC. Pode parecer pouco. Não para os fanáticos consumidores da Apple. Nem para a influência que eles causam nos hábitos de consumo de tecnologia em todo o planeta.

Friday, February 03, 2006

'Você tem que achar o que você ama', diz Jobs

Fonte: http://www.tableless.com.br/eyesmiles/steve_jobs.html


This is the text of the Commencement address by Steve Jobs, CEO of Apple Computer and of Pixar Animation Studios, delivered on June 12, 2005.

Este é o texto do discurso de formatura feito por Steve Jobs, CEO da Apple Computer e dos Pixar Animation Studios, realizado em 12 de Junho de 2005.



I am honored to be with you today at your commencement from one of the finest universities in the world. I never graduated from college. Truth be told, this is the closest I've ever gotten to a college graduation. Today I want to tell you three stories from my life. That's it. No big deal. Just three stories.

É uma honra estar com vocês hoje nessa formatura de uma das mais excelentes universidades do mundo. Eu nunca me formei na faculdade. Verdade seja dita, esta foi a vez na vida em que eu cheguei mais perto de uma formatura de faculdade. Hoje eu gostaria de contar pra vocês três histórias da minha vida. É isso. Não é grande coisa. Só três histórias.



The first story is about connecting the dots.

A primeira história é sobre ligar os pontos.



I dropped out of Reed College after the first 6 months, but then stayed around as a drop-in for another 18 months or so before I really quit. So why did I drop out?

Eu deixei a Reed College depois dos primeiros 6 meses, mas então eu fiquei por lá como um "drop-in" por outros 18 meses, coisa assim, antes de eu realmente sair. Então por que eu saí?



It started before I was born. My biological mother was a young, unwed college graduate student, and she decided to put me up for adoption. She felt very strongly that I should be adopted by college graduates, so everything was all set for me to be adopted at birth by a lawyer and his wife. Except that when I popped out they decided at the last minute that they really wanted a girl. So my parents, who were on a waiting list, got a call in the middle of the night asking: "We have an unexpected baby boy; do you want him?" They said: "Of course." My biological mother later found out that my mother had never graduated from college and that my father had never graduated from high school. She refused to sign the final adoption papers. She only relented a few months later when my parents promised that I would someday go to college.

Começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem e solteira estudante de faculdade, e ela decidiu me colocar para adoção. Ela achava muito fortemente que eu devia ser adotado por pessoas formadas, então tudo estava preparado pra que quando eu nascesse fosse adotado por um advogado e sua esposa. Exceto que quando eu apareci eles decidiram no último minuto que na verdade eles queriam uma garota. Então meus pais adotivos, que estavam numa lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite perguntando: "Nós temos um garoto 'imprevisto'; vocês o querem?" Eles disseram: "É claro!" Minha mãe biológica mais tarde descobriu que minha mãe adotiva nunca se formou na faculdade e que meu pai adotivo nunca se formou no colégio (ensino médio). Ela se recusou a assinar os papéis finais da adoção. Ela só cedeu alguns meses depois quando meus pais adotivos prometeram que um dia eu iria para a faculdade.



And 17 years later I did go to college. But I naively chose a college that was almost as expensive as Stanford, and all of my working-class parents' savings were being spent on my college tuition. After six months, I couldn't see the value in it. I had no idea what I wanted to do with my life and no idea how college was going to help me figure it out. And here I was spending all of the money my parents had saved their entire life. So I decided to drop out and trust that it would all work out OK. It was pretty scary at the time, but looking back it was one of the best decisions I ever made. The minute I dropped out I could stop taking the required classes that didn't interest me, and begin dropping in on the ones that looked interesting.

E 17 anos depois eu fui pra faculdade. Mas ingenuamente eu escolhi uma faculdade quase tão cara quanto Stanford, e todas as economias dos meus pais de classe operária estavam sendo gastas na minha educação superior. Depois de seis meses, eu não podia enxergar o valor daquilo. Eu não tinha idéia do que queria fazer com minha vida e nenhuma idéia de como a faculdade poderia me ajudar a descobrir. E lá estava eu gastando todo o dinheiro que meus pais economizaram durante suas vidas inteiras. Então eu decidi sair e confiar que tudo ia acabar dando certo. Era bem assustador naquela época, mas olhando para trás, foi uma das melhores decisões que eu já tomei. Assim que eu saí eu pude parar de assistir as aulas obrigatórias que não me interessavam, e comecei a assistir as que pareciam interessantes.



It wasn't all romantic. I didn't have a dorm room, so I slept on the floor in friends' rooms, I returned coke bottles for the 5¢ deposits to buy food with, and I would walk the 7 miles across town every Sunday night to get one good meal a week at the Hare Krishna temple. I loved it. And much of what I stumbled into by following my curiosity and intuition turned out to be priceless later on. Let me give you one example:

Nem tudo foi tão romântico. Eu não tinha um dormitório, então eu dormia no chão do quarto dos amigos; eu devolvia garrafas de coca-cola aos depósitos por 5 centavos pra poder comprar comida; e eu andava as 7 milhas (11,2 km) através da cidade toda noite de domingo pra pegar uma boa refeição semanal no templo Hare Krishna. Eu amava aquilo. E muito do que eu encontrei seguindo minha curiosidade e intuição se mostrou de valor incalculável mais tarde. Deixe-me dar um exemplo:



Reed College at that time offered perhaps the best calligraphy instruction in the country. Throughout the campus every poster, every label on every drawer, was beautifully hand calligraphed. Because I had dropped out and didn't have to take the normal classes, I decided to take a calligraphy class to learn how to do this. I learned about serif and san serif typefaces, about varying the amount of space between different letter combinations, about what makes great typography great. It was beautiful, historical, artistically subtle in a way that science can't capture, and I found it fascinating.

A Reed College naquele tempo oferecia quem sabe a melhor instrução sobre caligrafia no país. Por todo o campus, cada pôster, cada etiqueta em cada gaveta, apresentava uma bela caligrafia manual. Por eu ter saído e não ter que assistir as aulas normais, eu decidi tomar aulas de caligrafia para aprender a fazer aquilo. Eu aprendi sobre caracteres com e sem serifa, sobre a variação do espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna a grande tipografia grande. Era bonita, histórica, artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode capturar, e eu achei aquilo fascinante.



None of this had even a hope of any practical application in my life. But ten years later, when we were designing the first Macintosh computer, it all came back to me. And we designed it all into the Mac. It was the first computer with beautiful typography. If I had never dropped in on that single course in college, the Mac would have never had multiple typefaces or proportionally spaced fonts. And since Windows just copied the Mac, its likely that no personal computer would have them. If I had never dropped out, I would have never dropped in on this calligraphy class, and personal computers might not have the wonderful typography that they do. Of course it was impossible to connect the dots looking forward when I was in college. But it was very, very clear looking backwards ten years later.

Nada disso tinha sequer um lampejo de aplicação prática na minha vida. Mas dez anos depois, quando nós estávamos projetando o primeiro computador Macintosh, aquilo tudo voltou. E nós colocamos tudo no Mac. Foi o primeiro computador com uma tipografia bonita. Se eu nunca tivesse entrado naquele simples curso da faculdade, o Mac nunca teria múltiplos tamanhos de letra ou fontes proporcionalmente espaçadas. E como o Windows só copiou o Mac, provavelmente nenhum computador pessoal teria. Se eu nunca tivesse deixado a faculdade, eu nunca teria entrado na aula de caligrafia, e os computadores pessoais poderiam não ter a maravilhosa tipografia que eles têm. Claro que era impossível conectar os pontos olhando pra frente quando eu estava na faculdade. Mas ficou muito, muito claro olhando pra trás dez anos depois.



Again, you can't connect the dots looking forward; you can only connect them looking backwards. So you have to trust that the dots will somehow connect in your future. You have to trust in something - your gut, destiny, life, karma, whatever. This approach has never let me down, and it has made all the difference in my life.

De novo: você não pode conectar os pontos olhando adiante; você só pode conectá-los olhando pra trás. Então você tem que confiar que os pontos de algum jeito vão se conectar em seu futuro. Você tem que confiar em alguma coisa - seu intestino, destino, vida, karma, seja o que for. Essa idéia nunca me deixou cair, e fez toda a diferença na minha vida.



My second story is about love and loss.

Minha segunda história é sobre amor e perda.



I was lucky – I found what I loved to do early in life. Woz and I started Apple in my parents garage when I was 20. We worked hard, and in 10 years Apple had grown from just the two of us in a garage into a $2 billion company with over 4000 employees. We had just released our finest creation - the Macintosh - a year earlier, and I had just turned 30. And then I got fired. How can you get fired from a company you started? Well, as Apple grew we hired someone who I thought was very talented to run the company with me, and for the first year or so things went well. But then our visions of the future began to diverge and eventually we had a falling out. When we did, our Board of Directors sided with him. So at 30 I was out. And very publicly out. What had been the focus of my entire adult life was gone, and it was devastating.

Eu fui sortudo - encontrei o que eu amava fazer cedo na vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Nós trabalhamos duro, e em 10 anos a Apple cresceu de apenas nós dois numa garagem até uma companhia de 2 bilhões de dólares com mais de 4000 empregados. Nós tínhamos acabado de lançar nossa maior criação - o Macintosh - um ano antes, e eu tinha acabado de fazer 30. E então eu fui demitido. Como você pode ser demitido de uma empresa que você começou? Bem, conforme a Apple cresceu nós contratamos alguém que eu achava muito talentoso para levar a empresa comigo, e no primeiro ano, mais ou menos, as coisas saíram bem. Mas então nossas visões do futuro começaram a divergir e eventualmente nós tivemos uma briga. Quando isso aconteceu, nosso Quadro de Diretores ficou do lado dele. Então aos 30 anos eu estava fora. E muito escandalosamente fora! O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta se foi, e isso me destruiu.



I really didn't know what to do for a few months. I felt that I had let the previous generation of entrepreneurs down - that I had dropped the baton as it was being passed to me. I met with David Packard and Bob Noyce and tried to apologize for screwing up so badly. I was a very public failure, and I even thought about running away from the valley. But something slowly began to dawn on me – I still loved what I did. The turn of events at Apple had not changed that one bit. I had been rejected, but I was still in love. And so I decided to start over.

Eu realmente não sabia o que fazer por alguns meses. Eu sentia que tinha falhado diante de toda a geração anterior de empreendedores - que eu deixei cair o bastão quando ele estava sendo passado a mim. Encontrei David Packard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter trabalhado tão mal. Eu era uma falência pública, e eu até pensei em fugir do vale (do silício). Mas algo começou a surgir lentamente em mim - eu ainda amava o que eu fazia. A série de eventos na Apple não tinha mudado isso nem um pouquinho. Eu fui rejeitado, mas eu ainda estava apaixonado. Então eu decidi recomeçar.



I didn't see it then, but it turned out that getting fired from Apple was the best thing that could have ever happened to me. The heaviness of being successful was replaced by the lightness of being a beginner again, less sure about everything. It freed me to enter one of the most creative periods of my life.

Eu não via isso na hora, mas o fato é que ser demitido da Apple foi a melhor coisa que jamais poderia ter me acontecido. O peso de ser bem sucedido foi trocado pela leveza de ser um iniciante de novo, sem ter certeza de quase nada. Isso me libertou para entrar num dos períodos mais criativos da minha vida.



During the next five years, I started a company named NeXT, another company named Pixar, and fell in love with an amazing woman who would become my wife. Pixar went on to create the worlds first computer animated feature film, Toy Story, and is now the most successful animation studio in the world. In a remarkable turn of events, Apple bought NeXT, I retuned to Apple, and the technology we developed at NeXT is at the heart of Apple's current renaissance. And Laurene and I have a wonderful family together.

Nos cinco anos seguintes, eu comecei uma empresa chamada NeXT, outra empresa chamada Pixar, e me apaixonei por uma magnífica mulher que se tornaria minha esposa. A Pixar criou o primeiro filme do mundo animado por computador, Toy Story, e hoje é o mais bem sucedido estúdio de animação do mundo. Numa memorável seqüência de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu retornei à Apple, e a tecnologia que nós desenvolvemos na NeXT está no coração da atual ressurreição da Apple. E Laurence e eu temos uma maravilhosa família juntos.



I'm pretty sure none of this would have happened if I hadn't been fired from Apple. It was awful tasting medicine, but I guess the patient needed it. Sometimes life hits you in the head with a brick. Don't lose faith. I'm convinced that the only thing that kept me going was that I loved what I did. You've got to find what you love. And that is as true for your work as it is for your lovers. Your work is going to fill a large part of your life, and the only way to be truly satisfied is to do what you believe is great work. And the only way to do great work is to love what you do. If you haven't found it yet, keep looking. Don't settle. As with all matters of the heart, you'll know when you find it. And, like any great relationship, it just gets better and better as the years roll on. So keep looking until you find it. Don't settle.

Tenho toda a certeza de que nada disso teria acontecido se eu não fosse demitido da Apple. Foi um remédio de gosto amargo, mas acho que o paciente precisava dele. Às vezes a vida te bate na cabeça com um tijolo. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me manteve em ação foi o fato de que eu amava o que fazia. Você tem que achar o que você ama. E isso é tão verdade para o seu trabalho quanto é para seu companheiro. Seu trabalho vai ocupar uma grande parte da sua vida, e o único jeito de ficar verdadeiramente satisfeito é fazer o que você acredita que é um belo trabalho. E o único jeito de fazer um belo trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não achou, continue procurando. Não fique sentado. De todo o coração, você vai saber quando encontrar. E, como qualquer grande relacionamento, só melhora mais e mais conforme os anos vão passando. Então continue procurando até achar. Não fique sentado.



My third story is about death.

Minha terceira história é sobre a morte.



When I was 17, I read a quote that went something like: "If you live each day as if it was your last, someday you'll most certainly be right." It made an impression on me, and since then, for the past 33 years, I have looked in the mirror every morning and asked myself: "If today were the last day of my life, would I want to do what I am about to do today?" And whenever the answer has been "No" for too many days in a row, I know I need to change something.

Quando eu tinha 17 anos, eu li uma citação mais ou menos assim: "Se você viver cada dia como se fosse o último, algum dia provavelmente você vai acertar". Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu tenho olhado no espelho cada manhã e perguntado a mim mesmo: "Se hoje fosse o último dia da minha vida, eu ia querer fazer o que eu vou fazer hoje?" E sempre que a resposta foi "Não" por vários dias seguidos, eu soube que eu tinha que mudar alguma coisa.



Remembering that I'll be dead soon is the most important tool I've ever encountered to help me make the big choices in life. Because almost everything – all external expectations, all pride, all fear of embarrassment or failure - these things just fall away in the face of death, leaving only what is truly important. Remembering that you are going to die is the best way I know to avoid the trap of thinking you have something to lose. You are already naked. There is no reason not to follow your heart.

Lembrar que eu logo vou estar morto é a ferramenta mais importante que eu já encontrei pra me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Porque quase tudo - toda a expectativa exterior, todo o orgulho, todo o medo de dificuldades ou falhas - estas coisas simplesmente somem em face da morte, deixando apenas o que é realmente importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de achar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.



About a year ago I was diagnosed with cancer. I had a scan at 7:30 in the morning, and it clearly showed a tumor on my pancreas. I didn't even know what a pancreas was. The doctors told me this was almost certainly a type of cancer that is incurable, and that I should expect to live no longer than three to six months. My doctor advised me to go home and get my affairs in order, which is doctor's code for prepare to die. It means to try to tell your kids everything you thought you'd have the next 10 years to tell them in just a few months. It means to make sure everything is buttoned up so that it will be as easy as possible for your family. It means to say your goodbyes.

Mais ou menos há um ano eu recebi um diagnóstico de câncer. Eu fiz um exame às 7:30 da manhã, e ele mostrou claramente um tumor no meu pâncreas. E eu nem sabia o que era um pâncreas! Os médicos me disseram que era quase com certeza um tipo incurável de câncer, e que eu não devia esperar viver mais do que de três a seis meses. Meu médico me aconselhou a ir pra casa e botar meus negócios em ordem, o que no idioma dos médicos significa: prepare-se para morrer. Significa tentar dizer aos seus filhos tudo o que você pensou que teria os próximos 10 anos para lhes dizer, em apenas uns poucos meses. Significa ter certeza que tudo está no lugar para que seja tão fácil quanto possível para sua família. Significa dizer adeus.



I lived with that diagnosis all day. Later that evening I had a biopsy, where they stuck an endoscope down my throat, through my stomach and into my intestines, put a needle into my pancreas and got a few cells from the tumor. I was sedated, but my wife, who was there, told me that when they viewed the cells under a microscope the doctors started crying because it turned out to be a very rare form of pancreatic cancer that is curable with surgery. I had the surgery and I'm fine now.

Eu fiquei com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, naquela noite eu tive uma biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio na minha garganta, através do meu estômago e dentro dos meus intestinos, colocaram uma agulha no meu pâncreas e pegaram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha esposa, que estava lá, me disse que quando eles viram as células no microscópio os médicos começaram a chorar porque descobriram que era uma forma muito rara de câncer pancreático que é curável através de cirurgia. Eu sofri a cirurgia e hoje eu estou bem.



This was the closest I've been to facing death, and I hope its the closest I get for a few more decades. Having lived through it, I can now say this to you with a bit more certainty than when death was a useful but purely intellectual concept:

Isto foi o mais perto que eu cheguei de encarar a morte, e eu espero que seja o mais perto que eu chegue por algumas décadas mais. Tendo sobrevivido, hoje eu posso dizer isto a vocês com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito útil mas puramente intelectual:



No one wants to die. Even people who want to go to heaven don't want to die to get there. And yet death is the destination we all share. No one has ever escaped it. And that is as it should be, because Death is very likely the single best invention of Life. It is Life's change agent. It clears out the old to make way for the new. Right now the new is you, but someday not too long from now, you will gradually become the old and be cleared away. Sorry to be so dramatic, but it is quite true.

Ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que querem ir para o Céu não querem morrer pra chegar lá. E mesmo assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca escapou a ela. E é como deveria ser, porque a Morte é muito provavelmente a melhor invenção da Vida. É o agente de mudança da Vida. Ela tira o velho do caminho pra dar espaço pro novo. Por enquanto o novo são vocês, mas algum dia não muito distante, vocês gradualmente vão se tornar os velhos e sair do caminho. Me desculpe por ser tão dramático, mas é totalmente verdade.



Your time is limited, so don't waste it living someone else's life. Don't be trapped by dogma - which is living with the results of other people's thinking. Don't let the noise of other's opinions drown out your own inner voice. And most important, have the courage to follow your heart and intuition. They somehow already know what you truly want to become. Everything else is secondary.

Seu tempo é limitado, então não gaste vivendo a vida de outra pessoa. Não caia na armadilha do dogma - que é viver com os resultados do pensamento de outra pessoa. Não deixe o ruído da opinião alheia sufocar sua voz interior. E mais importante, tenha coragem de seguir seu coração e sua intuição. Eles de alguma forma já sabem o que você realmente quer se tornar. Tudo o mais é secundário.



When I was young, there was an amazing publication called The Whole Earth Catalog, which was one of the bibles of my generation. It was created by a fellow named Stewart Brand not far from here in Menlo Park, and he brought it to life with his poetic touch. This was in the late 1960's, before personal computers and desktop publishing, so it was all made with typewriters, scissors, and polaroid cameras. It was sort of like Google in paperback form, 35 years before Google came along: it was idealistic, and overflowing with neat tools and great notions.

Quando eu era jovem, havia uma maravilhosa publicação chamada "The Whole Earth Catalog" (O Catálogo de Toda a Terra), que era uma das bíblias da minha geração. Foi criada por um camarada chamado Stewart Brand não muito longe daqui, em Menlo Park, e ele deu vida à publicação com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores pessoais e da editoração eletrônica, então tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras polaróides. Era tipo o Google formato brochura, 35 anos antes do Google aparecer: era idealista, e com abundância de recursos elegantes e idéias brilhantes.



Stewart and his team put out several issues of The Whole Earth Catalog, and then when it had run its course, they put out a final issue. It was the mid-1970s, and I was your age. On the back cover of their final issue was a photograph of an early morning country road, the kind you might find yourself hitchhiking on if you were so adventurous. Beneath it were the words: "Stay Hungry. Stay Foolish." It was their farewell message as they signed off. Stay Hungry. Stay Foolish. And I have always wished that for myself. And now, as you graduate to begin anew, I wish that for you.

Stewart e sua equipe publicaram várias edições do "The Whole Earth Catalog", e então quando seu papel estava cumprido, eles publicaram uma edição final. Era meados dos anos 70, e eu tinha a idade de vocês. Na contracapa da edição final havia uma fotografia do amanhecer em uma estradinha de terra, do tipo em que você poderia ficar pegando carona se você for aventureiro. Embaixo dela estavam as palavras: "Stay Hungry. Stay Foolish." Era a mensagem de despedida deles ao sair do ar. Stay Hungry. Stay Foolish. E eu tenho sempre desejado isso pra mim mesmo. E agora, ao vocês se formarem para começar outra vez, eu desejo isto a vocês.



Stay Hungry. Stay Foolish.

"Stay Hungry. Stay Foolish."



Thank you all very much.

Muito obrigado a todos vocês.



Steve Jobs.



Texto Integral em inglês





Uma tradução livre da última frase seria algo como: "Continue faminto. Continue moleque."



"Hungry" é usado no sentido de continuar com "fome" de conhecimento ou "fome" de vida... No Brasil usamos mais a expressão "sede" disso ou "sede" daquilo. Aqui nos EUA, "hungry" tem a mesma conotação.



"Fool" significa literalmente "bobo", e "foolish" significa algo como "abobalhado", mas o sentido que ele quis dar é de continuar moleque, irreverente, travesso.

Thursday, February 02, 2006

Informática - 43 Anos de Luta

Fonte: http://www.belonline.com.br/

INTRODUÇÃO
43 anos são muito tempo para a Informática, apesar de não representarem nada para a cronologia da história do homem. Essa é a idade digital do país. Desde a construção do Zezinho, primeiro computador digno deste nome a ser fabricado aqui, passando pela saudosa revista Micro Sistemas e indo até o Cassiopéia - filme de longa metragem produzido no país e primeiro longa 100% gerado em computação gráfica no mundo, a informática Brasileira semeou ventos e colheu tempestades, causadas pela incúria e visão distorcida dos responsáveis pela formulação de suas políticas implementatórias.Hoje em dia apresentamos um cenário devastado pela atividade predatória da pirataria e sem a mínima previsão para uma melhoria do panorama.O texto abaixo tentará mostrar todo o acontecido nestas mais de quatro décadas de acertos, realizações, vitórias e frustrações do setor informata na política interna do país e sua incipiente revoluçãotecnológica.
LINHA DO TEMPO
Tentaremos resumir a história da informática no Brasil através de uma linha do tempo, indo bem mais além do que o Zezinho - considerado marco zero para industria nacionalizada. O Histórico dos tópicos será apresentado anexo aos mesmos, numa forma ilustrativa e complementar do fio condutor.
1917- A IBM inicia suas operações no Brasil. Através de um contrato de prestação de serviços, surge no Brasil a empresa norte americana Computing Tabulating Recording Company, que em 1924, sob a liderança de Thomas J. Watson, foi registrada nos Estados Unidos como International Business Machines Corporation (IBM), sendo autorizado o funcionamento com a nova denominação em 1924. Em 1939, a IBM inaugura sua primeira fábrica fora dos EUA, em Benfica(RJ)..
1957- Chega a capital paulista um Univac-120, o primeiro computador no Brasil, adquirido pelo Governo do Estado de São Paulo. Ele era usado para calcular todo o consumo de água na capital Paulista. Ocupava o andar inteiro do prédio onde foi instalado. Equipado com 4.500 válvulas, fazia 12 mil somas ou subtrações por minuto e 2.400 multiplicações ou divisões, no mesmo tempo.
1959- A Anderson & Clayton compra um Ramac 305 da IBM, o primeiro computador do setor privado brasileiro. Seu gabinete tinha dois metros de largura, um metro e oitenta de altura e ocupava um andar inteiro da sede da empresa. A A&C foi uma das primeiras fora dos Estados Unidos a usar esse computador.
1961- A Criação de Zezinho - Como trabalho de fim de curso de engenharia eletrônica no Instituto Tecnológico da Aeronáutica( FAB) e auxílio financeiro do CNPq de US$ 350, quatro alunos(José Ellis Ripper, Fernando Vieira de Souza, Alfred Wolkmer e Andras Vásárhelyi), auxiliados pelo chefe da Divisão de Eletrônica do ITA e professor, Richard Wallauschek, construiram o "Zezinho". Com os recursos disponíveis, não foi possivel construir um computador com grande capacidade de memória. Seu painel tinha dois metros de largura por um metro e meio de altura. Nele foram utilizados cerca de 1500 transistores e diodos de fabricação nacional, produzidos pela Ibrape( Industria Brasileira de Peças de Eletrônica- subsidiária da Philips). O Zezinho tinha capacidade para fazer vinte operações. Era um computador didático, para uso em laboratório. Ganhou, entretanto, lugar na história como o primeiro computador não-comercial transistorizado totalmente nacional, projetado e construído no Brasil. Embora um sucesso, foi desmontado pelos alunos das turmas seguintes, que utilizaram seus circuitos para novas experiências. Nesse mesmo ano, a Fábrica da IBM, em Benfica(zona industrial da cidade do Rio de Janeiro)-RJ, inicia a montagem de computadores da linha 1401.
1964 - Criado o Serpro - Serviço Federal de Processamento de Dados, empresa pública criada para modernizar e dar agilidade a setores estratégicos da administração pública. O SERPRO integrava o documento gestado na Escola Superior de Guerra, instituindo a Doutrina de Segurança Nacional.
1969 - Criada a Prodesp - Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo. Em 1971, a IBM inaugura uma nova fábrica, em Sumaré(SP).
1972- É criada a CAPRE- - Comissão de Coordenação das Atividades de Processamento Eletrônico, órgão governamental cujo objetivo inicial era promover o uso mais eficiente dos computadores na administração pública, traçando assim uma política tecnológica para a área de informática. Nesse mesmo ano,o Laboratório de Sistemas Digitais da Universidade de São Paulo constrói o "Patinho Feio". Ele foi concebido como um trabalho de fim de curso. O projeto é tido como o primeiro hardware, documentado e com estrutura de computação clássica, desenvolvido no país.O "Patinho Feio" tinha um metro de comprimento, um metro de altura, 80 centímetros de largura, pesando mais de 100 quilos e possuindo 450 pastilhas de circuitos integrados, que formavam 3 mil blocos lógicos, distribuídos em 45 placas de circuito impresso, armazenando na memória 4.096 palavras de 8 bits( 4K). O Patinho feio se tornou um marco inicial ao gerar conteúdo para a consolidação da indústria da informática no Brasil.
1974 - Fundação da COBRA - Computadores e Sistemas Brasileiros Ltda. A empresa foi a primeira Brasileira a desenvolver, fabricar e comercializar computadores.
1975- Fundação do LSI - Laboratório de Sistemas Integráveis na Escola Politécnica da USP. Junho - Fundação da Scopus, uma das principais empresas de informática do Brasil e criada por um grupo de ex-professores da Escola Politécnica da USP, integrantes da equipe que desenvolveu o minicomputador G-10. Agosto - Lançamento da revista Dados & Idéias, lançada pelo Serpro paramostrar a realidade tecnológica no Brasil, com periodicidade bimestral.
1976 - A Computerworld do Brasil lança o DataNews, primeiro tablóide, com periodicidade quinzenal, especializado no noticiário sobre informática( software e hardware). É Fundada em SP a Prológica, um dos maiores fabricantes de equipamentos de processamento de dados, entre eles o Sistema-700 e CP-500, ambos micros de 8 bits e o SP-16, compatível com a arquitetura PC-XT.
1978 - Fundada a SID - Sistemas de Informação Distribuída S/A. Julho - Fundada em Porto Alegre a SBC - Sociedade Brasileira de Computação(SBC), uma instituição acadêmica que incentiva e desenvolve pesquisa científica na área da computação no Brasil.
1979 - Criada a SEI(Secretaria Especial de Informática). Após ampla reestruturação dos órgãos governamentais responsáveis pelo setor de informática, substituindo a Capre na formulação da Política Nacionalde Informática. Fundada a Elebra Informática S/A, fabricante de impressoras, entre elas a matricial Emília.
1980- Pela primeira vez um microcomputador era vendido em um grande magazine. O Mappin da Praça Ramos, no centro de São Paulo, vendia o D-8000, microcomputador da Dismac. Lançado pela Cobra na SUCESU daquele ano, o primeiro minicomputador totalmente projetado, desenvolvido e fabricado no Brasil a alcançar o mercado. Eara o Cobra 530.
1981- Fundação da Microdigital. A empresa foi, na primeira metade da década de 80, o maior fabricante nacional de microcomputadores. Ficou famosa pelos seus micros da linha Sinclair como o TK-85, TK-90X e TK-95. Desenvolvido o Sistema 700 da Prológica, microcomputador de uso profissional de 8 bits. Outubro - Lançamento da revista MicroSistemas, primeira publicação brasileira dedicada exclusivamente aos microcomputadores.
A PRIMEIRA REVISTA
A Micro Sistemas foi a primeira revista brasileira de microcomputadores. Seu primeiro número saiu nas bancas em outubro de 1981, tinha 40 páginas, com uma tiragem inicial de 10.000 exemplares e vendida por Cr$ 250,00( R$ 1,09 nos dias de hoje). A MS influenciou a carreira de muita gente. Influência tão grande que até hoje a revista é relembrada com muito saudosismo pelos seus leitores. Em Janeiro de 2002, Alda Campos, fundadora e primeira editora responsável da revista gravou depoimento registrado no Museu Central da Informática. Segundo ela, seu pai- Aldenor Campos entendeu, de pronto, a importância que teria a área dos micros. Na época, Campos tinha uma empresa chamada Nabla, prestadora de serviços de programação (o chamado bureau), cujo principal cliente era o DNER. A empresa ia bem, e ele resolveu investir no setor. Convenceu seus sócios a criar duas empresas: uma (chamada Del) para fabricar microcomputadores(um clone do Apple); e outra para vender microcomputadores, a Computique, que ele queria que fosse a primeira butique de computadores do Brasil. Ele "dividiu" a empreitada entre os sócios, pedindo a Alda que viajasse aos Estados Unidos (Califórnia), visitando e fotografando lojas de computador, apurando tudo que eles vendiam e como o faziam, para depois participar ativamente dos trabalhos de preparação da Computique, para a qual uma loja fora alugada no shopping Cassino Atlântico, Posto 6, Copacabana, Rio. Durante as obras da Computique, Alda recebeu o primeiro micro aser comercializado - um HP 85 - e resolveu investigar "um pouquinho". Nele, ela teve contato com sua primeira linguagem de programação -BASIC. Após a inauguração, foi chamada para uma conversa. A loja não estava vendendo como esperado, pois o público ainda não estava informado, não havia cultura . Campos então entregou a Alda uma pilha de revistas americanas e disse: "Precisamos de algo assim no Brasil. Você é jornalista". Alda leu tudo que lhe foi entregue e percorreu as bancas do Rio, indagando sobre a saída das revistas estrangeiras. Entrevistou compradores e vendedores. Daí convidou um pioneiro do setor, o norte-americano Wayne Green, publisher de várias revistas, para vir ao Brasil com todas as despesas pagas, conversar com ela e o pai. Ele aceitou, e durante os primeiros meses do projeto foi um bom conselheiro para Alda.Após alinhavar um conceito inicial, Alda passou para equipe. À frente da parte administrativa, Ernesto Camelo, que futuramente viria a ser um dos introdutores do Desktop Publishing no Brasil, com a empresa Textos & Imagens. Na parte de jornalismo, recrutou ex-colegas da ECO (Escola de Comunicação) da UFRJ, alguns dos quais ainda estão no setor. Exceto por seu humilde conhecimento do Basic, nenhum deles era usuário de micro, nem tinha muita idéia de para que servia. A primeira edição foi em agosto de 1981, saindo para circular numa feira da Sucesu, em Sampa. Nessa feira também, a Del mostrou seu clone do Apple, antes da Unitron, porém sem nunca ter levado o crédito do feito pioneiro, pois teve muitos problemas e a máquina nunca passou de um protótipo. O tempo de preparação da revista foi de quatro meses. Sobre a idéia do título, foi uma pensata conjunta entre Alda e o pai. A inclusão da cobertura sobre os micro da linha sinclair trouxe para a publicação um público cheio de adrenalina, criatividade e vontade de participar. Fora isto, somente a determinação do comercial (contra a qual a redação lutou sem sucesso) de trazer na capa a foto de empresários e gerentes do setor. O moto era "name is news, and picture is even better". A receptividade do mercado no início foi razoável. Os leitores, por um lado, reagindo muito muito positivamente. Já os ditos empresários olhavam com um misto de curiosidade e sarcasmo. pois o problema era ser levada a sério e, algumas vezes, deixar absolutamente claro, sem ser grosseira, que não havia espaço para paqueras bobas. Quanto a correspondência, Alda assinala que, na época da MicroSistemas,. a correspondência era farta, bem maior que a recebida hoje em dia pela IDG(2004). Segundo ela, quem escrevia eram garotos jovens, em sua maioria, que telefonavam, escreviam, e iam ao Rio especialmente para visitar a redação. A revista foi a primeira publicação no país a ter um laboratório de testes. Hoje, Alda Campos vive em Freiberg( Alemanha), onde possui uma empresa dirigida a WEB.
16 à 23 de Outubro - Realizada a 1ª Feira Internacional de Informática no Anhembi(São Paulo capital), que recebeu 117.253 visitantes e 183 expositores. Foi um evento paralelo ao XIV CNI - Congresso Nacional de Informática. 23 de Outubro - Inaugurado o 1º laboratório de microinformática no Brasil, instalado numa sala dentro da biblioteca da Faculdade de Economia e Administração da USP. Ele possuia cinco microcomputadores D-8000, cedidos pela Dismac. O laboratório era aberto a todos os alunos da universidade.
1982 - Fundado o IBPI(Instituto Brasileiro de Pesquisa em Informática), criado para o ensino de profissionais do setor, no Rio de Janeiro.
1983 - Lançado o EGO pela empresa Softec, que foi o primeiro microcomputador brasileiro a utilizar a tecnologia dos microprocessadores de 16 bits. Era compatível com o IBM PC e baseado nomicroprocessador 8080 da Intel, possuindo clock de 5 MHz.
1984 - Lançado pela Telesp( antiga Companhia Telefônica do Estado de São Paulo- sistema TELEBRAS), o primeiro videotexto brasileiro. O teste- piloto durou dois anos(1982 a 1984) com 1.500 assinantes da empresa. 29 deOutubro - Sancionada a Lei nº 7.232 que estabelecia os princípios,objetivos e diretrizes da Política Nacional de Informática, que instituia a reserva de mercado de informática no Brasil.
A RESERVA DE MERCADO
Instituída em 1984, a reserva de mercado foi uma ação governamental no sentido de proteger a então incipiente indústria de hardware que começava a despontar no país. Pela reserva, só empresas nacionais teriam o direito de produzir e comercializar equipamentos para o setor dentro das fronteiras Brasileiras. A reserva foi extinta em 1992. Nestes oito anos de duração, a providência, além de estagnar o setor de tecnologia, retirou toda a competitividade da indústria Brasileira, provocando sequelas que , até hoje, interferem no panorama nacional da Informática, seja ele público ou privado.
1985 -A Gradiente implementa sua divisão de Informática(GradienteInformática), fabricante do Expert, microcomputador de 8 bits da linha MSX.
1986 - Fundação da ABES - Associação Brasileira das Empresas de Software.
1987- Criação da Fácil Informática, empresa desenvolvedora do Fácil, editor de texto semelhante ao EDIT do MS-DOS. 24 a 27/Março - 1º FENASOFT - Feira Nacional do Software, no Riocentro, Rio de Janeiro. 1995. 26 a 29/Setembro - Acontece no Anhembi(SP) a COMNET Fenasoft Brazil´95, evento internacional de telecomunicações e redes. Acontece também o 1º CONIP - Congresso Nacional de Informática Pública, Fórum para discussão e apresentação do uso da tecnologia da informação no serviço público.
1996- Finalização da primeira cópia de CASSIOPÉIA, o primeiro longa-metragem virtual feito no mundo.
O PRIMEIRO FILME
Cassiopéia foi a primeira produção de um longa-metragem em todo omundo de origem virtual, ou seja, 100% modelado, animado e com imagens geradas totalmente por computador. O projeto se constituiu no primeiro trabalho puramente computacional, sem escaneamento exterior de imagens, vetorização de modelos reais ou misturas com outras técnicas. Este filme de 80 minutos inaugurou uma nova fase no cinema, pois foi o primeiro filme a estabelecer métodos, conceitos, sistemas, formas e linguagem dentro desta nova tecnologia, e despertou para o mundo a possibilidade de execução de um produto desta natureza. Isto torna o Brasil um país pioneiro do cinema virtual. A produção de Cassiopéia foi dirigida pelo animador Clóvis Vieira e contou com uma equipe de 3 diretores de animação e 11 animadores, trabalhando em 17 microcomputadores 486 DX2-66. Segundo depoimentos de membros da equipe, era tudo muito lento. O primeiro modelo de personagem foi feito em um 386 SX de 20Mhz. O software utilizado foi o Topas Animator, produzido pela Crystal Graphics. A produção de todo o longa-metragem demorou quatro anos, tendo início em janeiro de 1992 com o modelamento dos ambientes e dos personagens, e com a criação da história e do roteiro. A partir de janeiro de 1993, foi iniciado o processo de animação. O trabalho de geração de imagens terminou em agosto de 1995. A trilha sonora foi completada em dezembro daquele mesmo ano. A primeira cópia ficou pronta em janeiro de 1996. Cassiopéia custou apenas US$ 1,5 milhão. O obstáculo subsequentes foi encaixar o filme na programação das redes de cinema. O filme só foi exibido na época das olimpíadas de Los Angeles, quando a frequência de espectadores era menor.
Cassiopéia X Toy Story
Quando a Disney ficou sabendo que Cassiopéia estava sendo produzido no Brasil e já com 40 minutos completados, seu departamento de produção resolveu gastar US$ 50 milhões adicionais no sentido de sair na frente , com uma forte campanha de marketing, informando ser Toy Story(EUA, 1995) o primeiro filme totalmente criado em computador. Isso não era verdade, já que a Disney usara modelos em argila para criação antes do computador, fato que não ocorrera em Cassiopéia. Houve um cuidado especial na produção Brasileira, em não importar qualquer tipo de informação externa para dentro do computador, pois isto tiraria a primazia de ser o primeiro trabalho do mundo em longa- metragem totalmente produzido através de computador. Esta é a principal diferença entre os dois filmes. Assim, Cassiopéia é considerado o primeiro filme do gênero em todo o mundo, representando um marco na animação computadorizada e na cinematografia do planeta, ao desenvolver conceitos próprios neste tipo de produção. Ficha Informativa: CassiopéiaDiretor: Clóvis VieiraProdutor: Nello D'RossiProdução: NDR Filmes
1996 a 2004- Com a reforma monetária financeira acontecida com o Plano Real e o retorno do país à economia de mercado, com a subsequente quebra dos monopólios nas Telecomunicações e outros serviços reservados ao Estado,O país assiste ao sucateamento progressivo de seu parque instalado e ao abandono da pesquisa no setor de telecomunicações e, consequentemente, no de informática plena.O Plano Real, além de acabar com o protecionismo econômico e com os ganhos reais da inflação, serviu também para demonstrar a total falta de competitividade existente na maior parte da segmentação industrialnacional, com as grandes corporações globais absorvendo a maioria dos fabricantes locais de qualquer produto e serviço. No campo da informática não foi diferente. Amparados pela Reserva de Informática concebida durante a ditadaura militar, os produtores de hardware ficaram completamente desprotegidos no sentido de enfrentar o barateamento imposto pela entrada no país da concorrência internacional. Hoje, o panorama contempla 70,4% do hardware utilizado no país como genérico e clandestino, com a dependência maciça de componentes contrabandeados.
O Governo e o Incentivo à Informática
Na década de 90 têm início a guinada na política de informática doPaís rumo a um modelo mais aberto do que o anterior. A preocupação em dar suporte à indústria nacional é contemplada com a sanção da Lei 8.248 de Incentivos Fiscais em Informática. Por outro lado, a década é marcada pelo lançamento de várias iniciativas nacionais em Informática, patrocinadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia(MCT): 1)a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), destinada a implantar uma Internetpara educação e pesquisa em todo o País. 2)O Programa Temático de Pesquisa em Computação (Protem-CC), implementando a estrutura e apoiar um modelo de pesquisa compartilhadaentre entidades acadêmicas e o setor privado. 3)O Programa Nacional de Software para Exportação(Softex), estruturando e coordenando um esforço nacional para incrementar a exportação de software produzido no País.4)O Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho (Sinapad),que visava a implantar um conjunto de centros prestadores de serviços de supercomputação no País.As primeiras três iniciativas foram colocadas sob coordenação conjunta da Sepin/MCT, compondo os chamados Programas prioritários em Informática (PPI), para fins de beneficiamento segundo os termos da Lei 8.248. As quatro iniciativas tiveram considerável sucesso em sua fase inicial. A RNP, em particular, teve papel crucial não somente na montagem de serviços Internet para a área acadêmica como especialmente na transição e montagem de um modelo de serviços abertos em Internet no País. Por outro lado, o programa Protem-CC articulou projetos coletivos em cooperação com o setor privado no País e com grupos de pesquisa no exterior. Por volta de 1996, contudo, o modelo praticado então existente estava exaurido, devido a problemas de institucionalização, de financiamento e de necessidade de redefinição de rumos estratégicos.Em 1997, por iniciativa do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, foi empreendido um estudo sobre os possíveis contornos de um programanacional de Tecnologias para a Sociedade da Informação, envolvendo cerca de 150 especialistas em 10 frentes de atuação. O projeto em que se traduziu o estudo foi aprovado pelo Conselho(dezembro de 1998). Em 1999, ele deu origem a este Programa.
A RNP
A Rede Nacional de Pesquisa, além do pioneirismo em backbone, prestando serviços iniciais de Internet à comunidade do País, formou um contingente numeroso e importante de profissionais, com conhecimento de tecnologia de ponta e experiência prática em operação de um serviço para atender a um público exigente como a comunidade acadêmica e o usuaário de alto nível de informação. Assim, quando a Internet começou a deixar de ser uma rede puramente acadêmica, com o interesse das empresas por comunicação mais barata via correio eletrônico e, pelas formas primitivas de e-business, todo um contingente de profissionais experientes que ajudaram a viabilizar os provedores já estava disponível, prestando colaboração na aplicação dessas novas tecnologias.
Softex 2000
O Programa Nacional de Software para Exportação (Softex) foi criado pelo MCT em fevereiro de 1993 para promover a mudança de foco da Sepin, integrante daquela estrutura ministerial.A Secretaria de Políticas em Informática e Automação (Sepin) responde por toda a política industrial em tecnologias da informação no País, com especial ênfase em equipamentos, software e microeletrônica. Tem a seu cargo, em particular, a gestão de todos os aspectos relacionados com a Lei de Incentivos Fiscais em Informática (Lei 8248). A Sepin é quem efetivamente coordena todas as ações que remetem a políticas industriais no Programa Sociedade da Informação.
Protem-CC
O Programa Temático Multiinstitucional em Ciência da Computação (Protem-CC) está ligado a implementação e progresso da pesquisa científica e tecnológica necessária para o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação no Brasil. É um programa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com o objetivo de contribuir para dinamizar a pesquisa e formação de pessoal qualificado em Ciência da Computação no País, promovendo um amplo processo de cooperação nacional entre grupos de pesquisa e entre estes e o setor industrial, por meio da realização de projetos temáticos multiinstitucionais em torno de temas/problemas importantes.
Sinapad
O Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho (Sinapad) é uma iniciativa focada na difusão do emprego de computação de alto desempenho pela comunidade acadêmica e as empresas, para o aumento da competitividade dos serviços e produtos. Entre 1992 e 1999, foi coordenado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia(MCT), também a sua principal fonte de financiamento. As origens do Sinapad remontam ao final da década de 80 e início da mdécada de 90, quando havia necessidade de reequipar a infraestrutura disponível para a comunidade acadêmica e elevar a capacidade computacional a um novo patamar. Para a racionalização dos investimentos, concentrou-se a parte mais elevada da capacidade em alguns poucos centros e o acesso aos serviços disponíveis nesses centros foi levado aos diversos usuários, por intermédio da RNP, dependendo de sua disponibilidade na prestação e na confiabilidade dos serviços adequados. O Sinapad entrou em funcionamento com a inauguração do Cesup-RS, em julho de 1992, na UFRGS, no Rio Grande do Sul. A ele se seguiram os outros centros nacionais, em São Paulo, no Ceará, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Até cerca de 1996, o Sinapad contribuiu para a produção acadêmica do País, formando especialistas e viabilizando o desenvolvimento de aplicações para fins de pesquisa científica e o desenvolvimento de projetos de engenharia em todos os níveis
UM PANORAMA DA INFORMÀTICA HOJE EM DIA.
Segundo dados não muito confiáveis, o setor vem crescendo a média de 14% ao ano, tendo a comercialização de bens e serviços de informática alcançado o valor de R$ 25,6 bilhões. No período, o segmento de hardware cresceu 14%, ficando estagnado com a recessão e a pirataria, a partir de 2001. Hoje, a pirataria e os genéricos compõem a maioria do setor, representando 70,4% da produção e da comercialização. Já o de software teve um crescimento de 15%, também com a pirataria representando 47% dos softwares instalados. Uma pesquisa nesse sentido foi realizada no início de 2004, patrocinada pela ABES( Associação Brasileira de Empresas de Software) e pela ABPD(Associação Brasileirs dos produtores de Discos - que congrega a indústria fonográfica). Quanto ao setor de serviços e suporte técnico vêm crescendo a média de 13% ao ano.A não confiabilidade dos dados citados é devido a eles já terem quatro anos de idade, sendo os dados aqui apresentados apenas projeções autorizadas e certificadas pelo IBGE. O mesmo instituto estima que, para cada 1 bilhão de PIB, o Brasil possua cerca de 11.400 computadores instalados. 36,23% dos trabalhadores no setor tem formação universitária.
A Automação Comercial e Bancária
A análise do potencial de mercado e investimentos no setor, em todo o país, aponta para investimentos totais da ordem de US$ 4,5 bilhões ao ano, que, se forem seguidos os padrões médios do setor, significarão cerca de US$ 3,5 bilhões em equipamentos diversos e US$ 1 bilhão em software e serviços. A análise da oferta interna de soluções de automação comercial revela as principais empresas envolvidas no setor, cuja liderança cabe a quatro delas (IBM, Itautec Philco, Unisys e Dataregis), contando com diversas outras de menor porte, no sentido de oferecer ítens diversos e necessários a cada solução, podendo-se concluir que o parque instalado no país está apto a enfrentar o desafio do mercado, caso o crescimento da economia continue a apresentar sinais de recuperação.Quanto a automação bancária, os dois maiores grupos privados do setor (Itaú e Bradesco) estão investindo em pesquisa, no sentido de aperfeiçoar ainda mais o segmento, no qual o país possui expressão internacional.
Spam no Brasil
O país está correndo o risco de ficar internacionalmente conhecido como a nação do spam. A ausência de uma legislação específica para o tema, a facilidade com que provedores e operadoras de telefonia recebem blocos de IP, que acabam sendo "queimados" por produtores de correspondência não solicitada, e o descaso com as denúncias feitas por usuários, são fatores que contribuem para fazer do Brasil um paraíso para essa prática que há tempos deixou de ser inofensiva.
A Internet e o e-commerce
O hábito de comprar começa a tomar conta do internauta brasileiro. Um estudo recente feito pela Ernst & Young em 12 países, inclusive o Brasil, revela que os consumidores estão mais satisfeitos com o varejo on-line. Livros, CDs, Software, roupas, cosméticos, produtos, artigos esportivos, flores, brinquedos e serviços foram os destaque da pesquisa. Apesar de as mulheres terem fama de compradoras compulsivas, o Ibope e-Survey mostra que os homens são os que mais compram pela rede. O número de mulheres comparadoras também apresenta níveis de crescimento, com um índice de 37% em setembro para 40% em dezembro de 2003. Para este ano que se encerra, os dados a respeito ainda não fortam divulgados.
Conclusão
Apesar dos obstáculos e dos percalços encontrados e proporcionados pelas atividades marginais e pela pirataria, a Informática no país apresenta sinais de vitalidade extrema, com o setor aumentando sua participação no produto comercial registrado, sejam em dados da arrecadação fiscal, prestação de serviços e outros indicadores econômicos. O combate a pirataria e a inclusão digital do país no setor GNU e do software de código aberto poderão apontar um novo direcionamento e de maior amplitude, caso a atual política nacional não seja revista por retrocessos, já que o lobby das corporações e instituições interessadas em desnacionalizar o setor, sob a justificativa de engessamento e desrespeito a propriedade intelectual. As previsões a longo prazo, tanto de fontes oficiais como das entidades empresariais são promissoras. Já no campo da pesquisa e do empreendedorismo, tanto as incubadoras quanto o SEBRAE apontam para um futuro róseo, dentro de toda a previsão de crescimento que o atual Governo começa a implementar nos setores comercial e industrial do país.

Projeto Versão Beta Editora Digital

History of the Apple Computer Corporation


1973: Stephen Wozniak joins HP.
1976: Wozniak proposes that HP create a personal computer. He is rejected.
1976: March - Steve Wozniak and Steve Jobs finish work on a computer circuit board, that they call the Apple I computer.
1976: April - Steve Jobs and Steve Wozniak form the Apple Computer Company, on April Fool's Day.
1976: July - The Apple I computer board is sold in kit form, and delivered to stores by Steve Jobs and Steve Wozniak. Price: US$666.66.
1976: August - Steve Wozniak begins work on the Apple II.
1976: October - Wozniak remains at HP, but is soon convinced that he should leave and join Apple Computer.
1976: December - Steve Wozniak and Randy Wigginton demonstrate the first prototype Apple II at a Homebrew Computer Club meeting.
1977: March - Apple Computer moves from Jobs' garage to an office in Cupertino.
1977: April - Apple Computer delivers its first Apple II system, for $1295.
1977: May - 10 months after its introduction, 175 Apple I kits have sold.
1978: Apple Computer begins work on an enhanced Apple II with custom chips, code-named Annie.
1978: Apple Computer begins work on a supercomputer with a bit-sliced architecture, code-named Lisa.
1979: June - Apple Computer introduces the Apple II Plus, with 48KB memory, for US$1195.
1979: September - Apple Computer sells 35,000 Apple II computers for the fiscal year.
1979: October - 2.5 years after the introduction of the Apple II, 50,000 units have been sold.
1979: Apple Computer begins work on "Sara", the code name for what will be the Apple III.
1980: May - Apple Computer introduces the Apple III. Price ranges from US$4500 to US$8000.
1980: September - Apple Computer sells over 78,000 Apple II computers during the fiscal year.
1980: Apple Computer ships the first Apple III units in limited quantity.
1980: Apple Computer begins project "Diana", which would become the Apple IIe.
1981: September - Apple Computer introduces its first hard drive, the 5MB ProFile, for US$3499.
1981: Apple Computer officially reintroduces the Apple III, with improved software and a hard disk.
1982: Sales of Apple II Plus to date: 45,000.
1982: Sales of all Apple II systems to date: 750,000.
1982: Apple Computer becomes the first personal computer company to reach US$1 billion in annual sales.
1982: Franklin Computer Corp. unveils the Franklin Ace 1000, the first legal (at the time) Apple II clone.
1983: January - Apple Computer officially unveils the Lisa computer. Its initial price is US$10,000. During its lifetime, 100,000 units are produced.
1983: January - Apple Computer introduces the Apple IIe for US$1400.
1983: June - The one millionth Apple II is made.
1983: June - Apple Computer begins shipping the Lisa.
1983: June - Video Technology introduces the Laser 3000, an Apple II workalike microcomputer.
1983: June - Unitronics shows the Sonic, an Apple II work-a-like microcomputer.
1983: July - Apple Computer officially begins marketing the Lisa computer.
1983: December - Apple Computer introduces the redesigned Apple III as the Apple III Plus, for US$3000.
1983: December - Apple unveils the new Macintosh to the press.
1983: Franklin shows an operating Franklin Ace 1200 Apple II compatible for US$2200.
1984: January - Apple releases a new version of the Lisa computer, the Lisa 2. It uses all new software, as well as the Macintosh operating system.
1984: January - Apple Computer's Steve Jobs introduces the Apple Macintosh.
1984: April - Apple Computer unveils the Apple IIc, priced at US$1300.
1984: April - Apple Computer retires the Apple III and Apple III plus, with only 65,000 units sold in total (90,000 made).
1984: May - Apple Computer announces that 70,000 Macintosh computers have been shipped in the first 100 days since its announcement.
1984: September - Apple Computer introduces the Macintosh 512K for US$3200.
1984: November - The 2 millionth Apple II computer is sold.
1984: Apple sells the 250,000th Macintosh system.
1985: January - Apple Computer officially renames the Lisa the Macintosh XL.
1985: March - Apple Computer introduces the Apple Enhanced IIe.
1985: April - The Macintosh XL (formerly called Lisa) is dropped from Apple Computer's product line.
1986: January - Apple Computer introduces the Macintosh Plus. Price is US$2600.
1986: April - Apple Computer discontinues the original Macintosh and the Macintosh 512K.
1986: April - Apple Computer introduces the Macintosh 512K Enhanced, for US$2000.
1986: July - Apple Computer discontinues the Macintosh XL.
1986: September - Apple Computer introduces the Apple IIGS, with the Apple 3.5 drive, for US$1000.
1987: January - Apple Computer introduces the Apple Platinum IIe.
1987: March - Apple Computer introduces the open architecture Macintosh II, US$3900.
1987: March - Apple Computer makes its 1 millionth Macintosh personal computer.
1987: March - Apple Computer introduces the expandable Macintosh SE for US$2900.
1987: March - Apple Computer discontinues the Macintosh 512K Enhanced.
1987: Apple Computer begins shipping the Macintosh II.
1988: September - Apple Computer introduces the Apple IIc Plus for US$1100.
1988: September - Apple Computer introduces the Macintosh IIx computer, base price is US$7770.
1989: January - Apple Computer introduces the Macintosh SE/30, US$6500.
1989: September - Apple Computer announces the Macintosh Portable, for US$6500.

Monday, January 30, 2006

Saída de Steve Jobs da Apple é improvável, dizem analistas

25 Jan 2006 às 12:44, por MacPress
A chegada à Disney de Steve Jobs, CEO da Apple Computer, levanta numerosas questões, uma delas referente a uma eventual perda de seu interesse pela Apple agora que é diretor e maior acionista individual da Disney.
"Os analistas de tecnologia acham improvável que Jobs abandone a empresa que co-fundou em 1976, coloque seus óculos de sol e comece a gastar a maior parte de seu tempo na sede da Disney em Burbank, Califorina. Mais provável é que continue a gastar a maior parte de sua energia na Apple, devotando um dia na semana a seu outro amor, a Pixar", escreve Jack Gruber no USA Today.
Segundo Gruber, Charles Wolf, analista de longa data da Apple, diz que Jobs está emocionalmente ligado à empresa. "[A Apple] É seu coração e sua alma, está superando todos no mundo todo e tornando-se uma enorme marca. Ele relutaria em deixá-la agora", acha Worf.
Gruber lembra que, após ser posto para fora da Apple em 1985 pela diretoria da época por causa de uma disputa interna pelo poder, Jobs fundou a NeXT e comprou a Pixar do diretor de Star Wars, George Lucas, por US$ 10 milhões em 1986. Jobs retornou à Apple em 1997 como CEO interino quando a empresa comprou a NeXT.Gruber relata que, segundo Richard Doherty, analista do Envisioneering Group, o maior feito de Jobs ao retornar à Apple foi trazer de volta seu entusiasmo e o dom de fazer as perguntas certas. "Nas reuniões de diretoria, Steve faz perguntas que ninguém se atreveria a fazer e é melhor que você tenha uma resposta", conta Doherty. "Na Apple ele começou a fazer essas perguntas incríveis e a empresa começou a mudar."

Friday, January 27, 2006

Steve Jobs


Steve Jobs é um exemplo de como uma pessoa pode ser amada e odiada ao mesmo tempo. Co-Fundador da Apple Computer, Jobs se transformou em um mito. Os créditos para a criação do Apple I e do Apple II deveriam ter sido a Steve Wozniak, o verdadeiro gênio da eletrônica, porém pacato e tímido, mas toda a atenção se voltou para Jobs, um sujeito que sabia lidar com público, tinha alto poder de persuação e era incrívelmente habilidoso em negociações. Foi uma verdadeira revolução, pois o Apple I foi o primeiro microcomputador pessoal da história. Jobs e Wozniak viam a Apple Computer crescer rapidamente, mas Jobs não mudava muito. Era um tirano com os funcionários, sempre exigindo esforços desumanos, que para ele era nada menos do que "lealdade". Por exemplo, na época do Macintosh, era comum funcionários trabalharem mais do que 90 horas por semana. Nessa mesma época, convidou John Sculley, na época presidente da Pepsi Colla, para ser o presidente da Apple. Depois de algum tempo, Sculley praticamente expulsou Jobs da Apple, alegando que Steve estava destruindo a companhia. Antes desse episódio, Wozniak deixou a Apple.
Esse episódio com a Apple deixou Jobs em depressão profunda, amigos mais íntimos temiam Jobs se suicidar. Alguns meses depois, Jobs criara a Next, com o objetivo de criar novos computadores para estudantes e universidades. Mas seu objetivo principal era se vingar da Apple. Por anos Jobs investiu milhões de dólares na Next, mas o custo do NextCube e do posterior NextStation eram alto demais em comparação aos PCS e ao próprio Macintosh, mas uma coisa é certa: os computadores da Next estavam muito a frente dos outros, alguns dizem que a Next era sofisticada demais para a época, e seu sistema operacional era o melhor. Em 1995, existia o slogan "Windows 95 = Next 88", dizendo claramente que os recursos do sistema operacional Next somente foram alcançados pelo Windows em 1995. Por esse e outros motivos, a Next não vingou. Esteve a beira da falência, assim como a empresa que ele adquiriu de George Luccas, a Pixar. Steve Jobs estava à beira do fracasso. Até que sua empresa Pixar, que ele adquiriu por "hobby", finalmente fez sucesso na parceria com a Disney, com o filme Toy Story. Steve mal frequentava a Pixar. Mas com a explosão da empresa, Steve começou a chamar a atenção para si novamente. Como se ele tivesse grande participação no sucesso da Pixar. Muito pelo contrário. O responsável direto pelo sucesso da Pixar era John Lasseter.
A Apple também estava mal, muito mal. Muitos achavam que a Companhia iria quebrar, o valor das ações estavam caindo, e o Macintosh era cada vez menos vendido. Até que a Apple decidiu comprar a Next, pois o sistema operacional da Apple estava a quase uma década sem novidades e sem novos recursos, e o sistema da Next era muito bom. E de quebra, trouxe Steve Jobs de volta a Apple. Ele praticamente foi o salvador da empresa, pois lançou os iMacs, as máquinas que revolucionaram as cores nos computadores pessoais.
Muitos achavam que Steve havia amadurecido, mudado seu caráter, mas ele continuou agindo da mesma maneira, aterrorizando e por muitas vezes humilhando funcionários. Mas isso não tira de Jobs o ícone de um homem visionário e futurista.
Li o livro "A segunda vinda de Steve Jobs" em duas noites. Gostei muito. Conta sua saída da apple até o seu retorno. Para fãs da Apple e de Jobs, essa leitura é imperdível.

Wednesday, January 18, 2006

Apple II



Apple II, O primeiro computador pessoal com capacidade de 48K na placa mãe.Na época, o comum era 4K.
Apple II, O primeiro computador pessoal com RAMs dinâmicas do tipo Intel.Apple II, O segundo computador pessoal com saída padrão de vídeo. O Apple I foi o primeiro.
Apple II, O primeiro computador pessoal com modo gráfico colorido em baixa resolução para jogos.
Apple II, O primeiro computador pessoal com controladores para jogos. (Era pré-joystick!)
Apple II, O primeiro computador pessoal com fonte de alta força e baixa temperatura. (Sem cooler!)Apple II, O primeiro computador pessoal com speaker integrado para som.
Apple II, O terceiro computador pessoal do tipo TV-terminal. O Apple I foi oprimeiro.
Apple II, O primeiro computador pessoal com modo gráfico colorido de alta resolução.
Apple II, O primeiro computador pessoal com memória RAM compartilhada entre CPU e vídeo na placa mãe.
Apple II, O primeiro computador pessoal com tão poucos chips em um sistema completo.
Apple II, O primeiro computador pessoal com comandos de alto nível para controles, som e gráficos.Tudo onboard...

Tuesday, January 17, 2006

Anos 80, microinformática e a reserva de mercado

Durante a década de 80, o Brasil vivia nos tempos da ditadura militar e da reserva de mercado, gerando um atraso tecnológico muito grande, em comparação aos países de primeiro mundo. A alegação dos defensores da reserva de mercado era para que a indústria nacional se desenvolvesse. Para se ter uma idéia, no início dos anos 90, a maioria dos microcomputadores existentes em escritórios e casas brasileiras eram de 8 bits, enquanto nos EUA já existiam microcomputadores de 32 bits a muito tempo. Quem colocou um fim na reserva de mercado foi o governo Collor, que eu defendo por vários motivos e por causa disso sou motivo de polêmica em algumas situações. Enfim, era impossível importar microcomputadores, e era raro vê-los por aqui. Restavam os micros nacionais, alguns clones dos micros americanos. Citando alguns clones, do IBM-PC tínhamos o Cobra, EGO, SID, da linha Sinclair tínhamos principalmente a linha TK da Microdigital, da linha TRS-80 o CP-500 da prológica, MSX o Expert da Gradiente e da linha APPLE II os famosos Unitron, TK3000 da Microdigital, Exato da CCE, Elppa da Victor do Brasil, Microengenho da Spectrum. Isso é motivo de polêmica até hoje, pois muitos acreditavam que com a reserva o país se desenvolveria tecnologicamente, mas o que aconteceu na verdade foram diversos fabricantes tentando produzir clones do que já existiam lá fora. Além de produzirem clones com anos de atraso, os micros fabricados na maioria das vezes eram de pior qualidade, na minha opinião.
Fui um fanático da linha Apple II, eu era uma referência para tirar dúvidas e conseguir software no final da década de 80 e início de 90. Na época a richa era entre os fanáticos por Apple II e os do MSX. Tive contato com vários micros de várias marcas. Tive um Exato //e da CCE, que foi o melhor projeto de micro que a CCE teve, pois o Exato Pro na minha opinião era fraco. O Exato //e tinha um teclado excelente, rodavam todos os softwares compatíveis com o IIe, e o software que vinha com ele eram todos de um cara chamado Francisco A G Fuller, da CCE Informática, que na maioria das vezes alterava ou clonava os softwares da Beagle Bros, que era a Microsoft para a linha apple na época, tinham softwares incríveis. Na época todos queriam o TK3000//e da Microdigital, que vinha com microprocessador 65C02 e um Z80 para a programação do teclado. Sem tirar o mérito desse micro que era incrível, eu preferi pedir ao meu pai um Spectrum ED, com placa trifunção, que tinha um design dos micros PC-XT, com gabinete com espaço para o drive e separado do teclado, pena que ele queimou rápido, aliás, como eu morava em Santos, essas máquinas eram muito sensíveis e queimavam facilmente. Fiz alguns cursos de Basic e DOS em uma escola chamada Microdata, que tinham vários Unitrons AP ii de 48 Kb, que eu particularmente não gostava. Acho que o Unitron foi o clone mais famoso do Apple II aqui no Brasil, e seu departamento de informática quebrou depois de produzirem o Mac 512, um clone do Macintosh, que por diversos motivos, entre eles político, não vingou. Ainda tenho os disquetes de 5 1/4 com os softwares que eu desenvolvia em Applesoft Basic e Assembly 6502, aliás, outro dia eu cheguei a rodar alguns no meu Apple americano. A alguns anos atrás, comecei a ir atrás dessas máquinas, eu só tinha guardado um TK3000, e hoje tenho uma coleção enorme, alguns eu comprei e recuperei, outros eu comprei em perfeito estado. Foi o caso do meu sonho de criança, de ter um Apple //e original americano. Ele está lá em casa, junto com mais 2 TK3000 //e, 1 TK 3000 //e compact, 1 Unitron 64Kb, 1 Exato //e da CCE e um Spectrum ED, que consegui a pouco tempo, em perfeito estado ! Detalhe: todos estão funcionando.
Quem viveu essa época não se esquece: Apple Works, Copy II Plus, Locksmith, ProDos, CP/M, Visicalc, Supervisicalc, Newsroom, Take 1, Multiplan, Supercalc 2, Dbase II, Magic Window, Beyond Castle Wolfenstein, Karateka, Montezumas Revenge, Hero, Moon Patrol, California Games, Summer Games, Winter Games, SpeedyWay Classic.
Sinto falta dessa época, não me arrependo de não ter tido uma infância comum, pois larguei os brinquedos pra ficar na frente daqueles monitores de fósforo verde e com os livros sempre ao lado. Eu também não vivia somente disso, jogava bola e assistia aos jogos do timão, que eu sempre fui doente.